A preocupação com problemas ambientais tem sido cada vez mais frequente nos consumidores finais. Uma pesquisa recente demonstrou que 79% dos consumidores estão mudando a sua preferência de compra com base em critérios de responsabilidade social e ambiental.

Ao mesmo tempo, o uso do termo greenwashing cresceu 600% desde 2017. Greenwashing de acordo com o dicionário de Cambridge significa um “comportamento ou atividades que fazem as pessoas acreditarem que uma empresa está fazendo mais para proteger o meio ambiente do que realmente está”. Embora o termo não seja novo e possa ser remetido a 30 anos atrás com as famosas reivindicações ambientais de hotéis de instruir o hospede a reusar toalhas para salvar o meio ambiente, intencionalmente ou não, atinge grandes marcas, tais como PepsiCo, Unilever, Google entre outras. Algumas inclusive são referência em sustentabilidade, tais como a Unilever.

Se o termo não é novo, a compreensão e preocupação da sociedade tem crescido nos últimos anos com a percepção de que é preciso seriedade no combate as mudanças climáticas, sendo este um dos maiores desafios da nossa geração. Além da preocupação com a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais desviando os materiais do descarte indevido e/ou de aterros para a sua valorização.
Em uma era de uma quantidade massiva de informação, que atualmente tem sido chamada de desinformação por causa de fake news, evitar o greenwashing é primordial.

Rotulagens ambientais e certificações são uma maneira de minimizar tais riscos. Embora, por vezes sejam uma maneira de fazer greenwashing, esses sistemas são uma das melhores maneiras para autenticar uma reivindicação ambiental. Principalmente porque são sistemas que são verificados por uma terceira parte, que precisa ser completamente independente do processo para agregar imparcialidade e análise crítica ao documento.

Um dos programas que tem ganhado a atenção de empresas, é a Declaração Ambiental de Produto (EPD), Rótulo Ambiental que pode ser obtido por meio da realização de um projeto de avaliação do ciclo de vida (ACV). Ou seja, a EPD é um rótulo certificado que fornece informações ambientais relevantes sobre um produto.

No Brasil, EPDs podem ser obtidas por meio do EPD® Brasil, operado pela Fundação Vanzolini, e, polo regional do International EPD® System. Programa de abrangência internacional e um dos mais conhecidos no mundo, embora não seja o único. De acordo com o EPD® Brasil, as EPDs podem ser usadas para:

• Gestão ambiental interna – Monitoramento e melhoria do desempenho dos produtos, ou seja, como um procedimento em Sistemas de Gestão Ambiental (SGA);
• Comunicação B2B – Fortalecimento de parcerias e/ou desenvolvimento de novos mercados;
• Comunicação B2C – Demonstrar para o consumidor a sua pegada ambiental;
• Compras sustentáveis – Como ferramenta de conformidade para departamentos de procurement e para o desenvolvimento de cadeias de valor sustentáveis.

O primeiro passo para obter uma EPD é realizar um estudo de ACV com base nas chamadas Regras de Categoria de Produto (PCR), que são regras definidas pelo próprio programa de rotulagem. O estudo de ACV deve então ser revisado e verificado por uma terceira parte para garantir que todas as diretrizes do programa foram seguidas, mas também, que o projeto foi realizado com o cuidado exigido pelas normas ISO 14040 e 14044, que os dados utilizados são confiáveis e representativos, e que a empresa não parte de pressupostos irreais ou que possam ser extremamente benéficos para representar a sua pegada ambiental.

Exemplo dos resultados de um ACV contemplando toda a cadeia de valor

O processo de verificação é essencial para garantir as vantagens de um programa de EPD, tais como, confiabilidade, comparabilidade e transparência das informações ambientais de um produto. Minimizando assim o risco de a empresa estar cometendo greenwashing.

A EnCiclo se sente lisonjeada em ter o primeiro, e atualmente único, verificador aprovado pelo EPD® Brasil para atuação no mercado brasileiro. Ter um verificador no Brasil contribui de modo significativo para impulsionar o Programa e o mercado deste rótulo. Para as organizações que almejam obter uma EPD e para as empresas de consultoria, traz vantagens como:

• Elimina barreiras linguísticas – embora muitas empresas estejam acostumadas com o inglês no seu dia-a-dia, não é incomum a resistência de alguns profissionais por ter que lidar com um estrangeiro;
• Reduz o investimento – trabalhar com um profissional local geralmente reduz custos de cambio ou de taxas de transferência e de deslocamentos para verificação de documentos;
• Celeridade – os tramites para contratação são menos complicados ao tratar com um parceiro localizado no mesmo país;
• Interação e operação – facilita a interação entre revisor e equipe de projeto, a começar pela ausência de fusos. Além disso, a verificação pode demandar a necessidade de visita in loco das plantas de fabricação, o que se torna menos complicado quando o profissional reside no Brasil.

Converse com a nossa equipe e saiba como desenvolver produtos com menores impactos e potencializar a comunicação em sustentabilidade.

Fontes consultadas:

• Capgemini Research Institute (2020). Consumer products and retail – How sustainability is fundamentally changing consumer preferences.
• EPD® Brasil. Introdução à Declarações Ambientais de Produtos (EPD).
• EPD® Brasil. Comunicação com Declarações Ambientais de Produto (EPD®)
• Powell C. (2020). Greenwashing, and how to avoid it. Research world:
  https://www.researchworld.com/greenwashing-and-how-to-avoid-it/